Conselho de Ética aconselha Governo a poupar
nos tratamentos mais caros
O Conselho de Ética para as Ciências da Vida aconselha o Governo a racionar os medicamentos para SIDA, cancro e doenças reumáticas, de modo a gastar menos.
O documento sobre os fundamentos para cortar nas despesas do Serviço Nacional de Saúde indica, sobretudo, medicamentos como os retrovirais, para os doentes de SIDA, oncológicos e marcadores biológicos para a artrite reumatóide como os que devem ser racionalizados, dado que são os mais caros.
O presidente do CNECV, Miguel Oliveira da Silva, considera que “é uma luta contra o desperdício e a ineficiência, que é enorme em Saúde”. O parecer abrange ainda exames e meios complementares de diagnóstico como TACs, ecografias e ressonâncias magnéticas.
O CNECV defende que o racionamento de tratamentos é legítimo e deve ser feito depois de ouvidos os médicos, os gestores e os doentes. Tudo depende do custo dos tratamentos e da avaliação de se prolongam a vida durante tempo suficiente para justificar os gastos.
“Há toda a legitimidade ética para racionar medicamentos e cuidados de saúde, desde que isso seja feito tendo em atenção a efectividade dos medicamentos, de uma forma muito clara, envolvendo os melhores textos sobre evidência científica, médicos, administradores hospitalares e os próprios doentes”, refere o presidente do Conselho de Ética, Miguel Oliveira e Silva